quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Intertextualidade

Mãos Dadas

Carlos Drummond de andrade


Não serei o poeta de um mundo caduco.

Também não cantarei o mundo futuro.

Estou preso à vida e olho meus companheiros

Estão taciturnos, mas nutrem grandes esperanças.

Entre eles, considere a enorme realidade.

O presente é tão grande, não nos afastemos.

Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.

não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.

não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.

não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.



De Mãos Dadas

Nando Reis



Vamos passear de mãos dadas

Andar é muito bom pra quem quer ficar junto

Eu atravessei na frenteE ela viu que eu levo um pente

No bolso de trás

E se por acaso chover

Eu quero ver o seu cabelo molhado

Não há nada mais bonito

Do que o seu sorriso

E o frio que te faz me abraçar


Ooohh, de mãos dadas vamos passear

Ooohh, vamos passear de mãos dadas.

Causo Mineiro



DICIONÁRIO MINERÊS/PORTUGUÊS/CAIPIRÊS
Os alunos adoram esse texto e elas vão sempre aprimorando mais e mais...
DICIONÁRIO MINERÊS/PORTUGUÊS/CAIPIRÊS (ispía só qui trem seu,! Prestenção... )

ENGRAÇADIMAIS - ingraçadimais, muituingraçado.
PRESTENÇÃO - é quano eu tô falano iocê num tá ovino .
CADIQUÊ? - assim..., como qui tentanu intendê o motivo.
CADIM - é quano eu num quero muito, só um poquim .
D`EU - o mez qui 'di mim'. Ex.: Larga d`eu, sô!
- o mesm qui Seu, ou o fim de quarqué frase. Qué exêmpro tamem? :
Cuidadaí, sô !!!
- o mez qui 'pena', 'cumpaxão' : 'ai qui dó, gentch...!!'
NIMIM - o mez qui in eu. Exempro: Nòoo, ce vivi garrado nimim, trem!... Larga
deu, sô!!...
NÓOO - Num tem nada a vê cum laço pertado, não! Omez qui 'nossa!..' Vem
de Nòoosinhora!...
PELEJANU - omez qui tentanu: Tô pelejanu quesse diacho né di hoje, qui nó!
(agora é nó mez!)
MINERIM - Nativo duistadiminnss.
UAI - Uai é uai, sô... Uai!
ÉMÊZZZ?! - minerim querêno cunfirmá.
NÉMÊZZZ?! - minerim querêno sabê si ocê concorda.
OIAQUI - Minerim tentano chama atenção pralguma coizz...
PÃO DI QUEJU - Iosscêis sabe!... Cumida fundamentar qui disputa com o tutu a preferêca dus minêro.
TUTU - Mistura de farinha di mandioca (o di mio) cum fejão massadim. Bom
dimais da conta, gentch!!..
TREIM - Qué dize quarqué coizz qui um minerim quizé! Ex: "Já lavei US Trem!"
"Qui trem bão!!"
NNN - Gerúndio du minreis. Ex: 'Eles tão brincannn', 'Cê tá innn, eu tô vinnn...'
PÓ PÔ - umez qui pó colocá .
POQUIM - só um poquim, pra num gastá muito .
JISGIFORA - Cidadi pertin du Ridijanero. Cunfunde a cabeça do minerim que si acha qui é carioca.
DEUSDE - desde. Ex: 'Eu sô magrelin deusde rapazin!'
ISPÍA - nome da popular revista 'VEJA'.ARREDA - verbu na form imperativ (danu órdi), paricido cum sai. 'Arredaí, sô!'
"IM" - diminutivo. Ex: lugarzim, piquininim, vistidim, etc.
DENDAPIA - Dentro da pia.
TRADAPORTA - Atrás da porta.
BADACAMA - Debaixo da cama.
PINCOMÉ - Pinga com mel.
ISCODIDENTE - Escova de dente.
PONDIÔNS - Ponto de ônibus.
SAPASSADO - Sábado passado.
VIDIPERFUME - Vidru de perfume.
OIPROCÊVÊ (ou OPCV) - óia procê vê.
TISSDAÍ - Tira ISS daí.
CAZOPÔ - Caxa disopor.
ISTURDIA - Otru dia.
PROINOSTOINO? - pronde nós tamo inu?
CÊSSÁ SÊSSE ONS PASSNASSAVASS? - ocê sabe se esse ônibus passa na
Savassi?DONCOTÔ? - onde que eu tô?
DONCOVIM? - de onde que eu vim?PRONCOVÔ? - pra onde que eu vou?"

domingo, 29 de junho de 2008

Fanatismo

Minhálma, de sonhar-te, anda perdida

Meus olhos andam cegos de te ver!

Não és se quer razão do meu viver,

Pois que tu és já toda a minha vida!



Não vejo nada assim enlouquecida...

Passo no mundo, meu amor, a ler

No misterioso livro do teu ser

A mesma história tantas vezes lida!



"Tudo no mundo é frágil, tudo passa...

"Quando me dizem isto, toda a graça

Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:

"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,

Que tu és como Deus: Princípio do Fim!..."

Florbela d'Alma da Conceição Espanca tem hoje seus versos admirados em todos os cantos do mundo, diferentemente do que aconteceu quando ainda viva, época em que foi praticamente ignorada pelos apreciadores da poesia e pelos críticos de então. Os dois livros que publicou, por sua conta, em vida, foram "O Livro das Mágoas" (1919) e "Livro de "Sóror Saudade" (1923). Às vésperas da publicação de seu livro "Charneca em Flor", em dezembro de 1930, Florbela pôs fim à sua vida. Tal ato de desespero fez com que o público se interessasse pelo livro e passasse a conhecer melhor a sua obra. Dizem os críticos que a polêmica e o encantamento de seus versos é devida à carga romântica e juvenil de seus poemas, que têm como interlocutor principal o universo masculino.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

O BODE QUE NÃO FOI PARA A PANELA



O ser humano é mesmo engraçado, consegue oferecer tanto amor a um animal quanto exterminá-lo
No interior do nosso estado, Sergipe, um morador de Riachão do Dantas comprou um bode para fazer uma buchada, prato muito gostoso e que eu recomendo a quem nunca provou.
O dono do bode percebeu algo diferente no animal, ele interagia com as pessoas, participava dos eventos da cidade, de festas na praça principal e até mesmo velórios. Bito, esse era o nome do Bode, não tinha cerimônia, até esperar o ônibus todos os dias às 5h da tarde fazia, lógico, como era um bode, ganhava sempre uns presentinhos dos motoristas e cobradores, guloseimas.
Com a desistência do dono de colocar Bito na panela, que conquistara um lugar de respeito, carinho e admiração no coração dessa população.
Uma vez tive um gatinho que também fazia parte da família, quem já teve um animal de estimação sabe do que estou falando.
Mas Bito acabou falecendo, assim como meu gatinho, por morte natural e não por morte matada, como seria a princípio. E ao invés de deixar seu dono satisfeito pela alimentação o deixou triste por perder um amigo e companheiro.
Vá com Deus bode Bito!

Lucas Moraes (7ª série)